quarta-feira, 9 de abril de 2008

A cafeína protege o cérebro

A cafeína pode proteger o cérebro contra problemas neurológicos, causados por dietas ricas em colesterol, e prevenir doenças como Alzheimer, segundo um estudo publicado na revista científica Journal of Neuroinflammation

Segundo a pesquisa, a cafeína reforça a barreira sanguínea do cérebro – estrutura que protege o sistema nervoso central contra substâncias químicas presentes no sangue. Estudos anteriores tinham mostrado que um nível alto de colesterol no sangue prejudica o isolamento da barreira, o que, segundo especialistas em Alzheimer, torna o cérebro mais vulnerável a danos que podem causar ou estimular a doença.

A equipa de investigação da Universidade de Dakota do Norte, EUA, alimentou coelhos com uma dieta rica em colesterol e dividiu os animais em dois grupos – um recebeu o equivalente a um café por dia e o outro não recebeu nenhuma dose de cafeína. Após 12 semanas, os investigadores realizaram vários exames aos coelhos e identificaram que a barreira sanguínea dos que ingeriram cafeína estava menos danificada pelo colesterol do que a do segundo grupo.

Segundo Jonathan Geiger, coordenador da investigação, os resultados ajudaram a explicar que o colesterol é um factor de risco para a doença de Alzheimer e como a cafeína pode ser usada no seu tratamento. "A cafeína parece bloquear os efeitos prejudiciais do colesterol que prejudicam o isolamento da barreira sanguínea" , disse. "É substância segura e disponível e sua habilidade de estabilizar a barreira sanguínea no cérebro significa que pode ter um papel importante no tratamento de problemas neurológicos", concluiu o pesquisador.

De acordo com a coordenadora de pesquisa da organização britânica Alzheimer Disease Society, Susanne Sorensen, o estudo traz informações importantes sobre os benefícios da cafeína na prevenção da doença. "Esta é a melhor prova de que uma quantidade de cafeína equivalente a um café por dia pode proteger o cérebro contra o colesterol" , afirmou Sorensen.

Apesar disso, Sorensen afirma que são necessárias mais pesquisas para avaliar se benefício do impacto da ingestão de cafeína também pode ser observado em humanos.


Artigo publicado na edição online do jornal Sol.

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