domingo, 22 de fevereiro de 2009

Porque engordamos?

O nosso peso nem sempre está relacionado com o que comemos. Um mau estar psicológico pode estar por detrás de um aumento de peso

A comida é um refúgio tal como o cigarro, o álcool e a droga, só que é mais aceite que o cigarro, menos prejudicial que o álcool (pelo menos a curto prazo), e certamente não tão reprovável quanto a droga. Um distúrbio psicológico ou um mau estar em geral pode nos levar a comer mais que o necessário.

Recorrer ao alimento é uma das maneiras mais simples e aparentemente gratificantes para anestesiar a ansiedade, o stress, as frustrações e as tensões ocultas. Por conseguinte, todo o comportamento alimentar inadequado é sintoma de um desequilíbrio interior mais profundo e complexo, que provoca em nós um relacionamento magoado pelas nossas emoções, dando início a um círculo vicioso depressão-alimento, difícil de extinguir.

Portanto, se quisermos resultados no emagrecimento e manutenção do peso ideal, temos que realizar uma reflexão profunda. Um dos problemas mais frequentes nas dietas é o emagrece-engorda, que além de prejudicial do ponto de vista estético e da saúde, deixa diversos ginásios e institutos estéticos mais ricos enquanto você fica mais pobre.

Veremos agora alguns factores que podem estar a interferir neste caso:

a) A solidão
O alimento está relacionado com uma vivência emocional muito intensa (fome-desconforto, alimento-prazer). Algumas mães não suportam a angústia da separação de seus filhos. O bebé, inconscientemente, reduz as suas necessidades naturais de explorar o ambiente, e mais tarde diminui as suas actividades e contactos com outros, principalmente quanto ao sexo.

A criança obesa geralmente é desajeitada, superprotegida, e aos poucos transforma-se num adulto passivo, inibido, carente de aprovação e amparo. A consquência é a solidão. Pode também ocorrer em situações ocasionais, como separações, divórcio ou luto na família. O indivíduo estaria tentando a preencher esse vazio com a alimentação.

b) A vulnerabilidade
Em muitos aspectos, os quilos em excesso representam uma concha protectora contra a ansiedade e a ameaça de destruição, dando ao mesmo tempo uma sensação de força. Estas pessoas vivem com uma constante sensação de vulnerabilidade, quando apenas a contribuição energética seria o meio de sanar o problema.

c) O álibi
É quando o indivíduo estrutura um álibi incontestável que o autoriza a evitar situações geradoras de ansiedade e lhe permita escapar ao julgamento dos outros. Isto nada mais é do que medo de não se encontrar à altura dos desafios, de desiludir expectativas e de não suportar confrontos.

d) Problemas relacionados com o sexo
Ao não conseguir gerir as suas próprias emoções, o indivíduo procura evitar o mundo desconhecido e ameaçador dos instintos. Além disso, como forma de defesa, pode estar substituíndo o prazer do sexo pelo da alimentação.

e) A necessidade de espaço
Frequentemente, o aumento de peso está relacionado com o desejo inconsciente de reivindicar o seu próprio espaço, perante a mãe ou o pai que sufocam, ou ao parceiro que invade seu espaço.

f) A necessidade de criar raízes
Seria a necessidade de oferecer resistência, estar mais plantado no chão, aprofundar raízes, resistir aos problemas.

Artigo publicado em Sapo Mulher.

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