Dá pelo nome de prisão de ventre ou obstipação. Pode estar associada à síndrome do intestino irritável ou à obstrução anal, atinge sobretudo mulheres e a sua frequência aumenta nas pessoas idosas.
Existem alguns grupos e factores de risco, «lactentes, maiores de 55 anos, pessoas sujeitas a cirurgia abdominal ou perianal, gravidez tardia, vida sedentária, pessoas com dieta pobre em fibras e líquidos, polimedicação, abuso de laxantes, algumas doenças concomitantes, viagens, etc.», como enuncia António Curado, médico especialista, director do Serviço de Gastrenterologia do Centro Hospitalar Oeste Norte, nas Caldas da Rainha.
Principais causas
«Na sua origem, podem estar perturbações do pavimento pélvico ou de motilidade. As últimas podem estar associadas a nutrição inadequada (consumo inadequado de fibras, desidratação decorrente de escasso consumo de líquidos), alterações da motilidade do cólon (inércia cólica, síndrome de intestino irritável, miopatia intestinal), consumo de determinados fármacos como opióides ou tranquilizantes, causas neurológicas (como doença de Parkinson ou esclerose múltipla) e a factores psiquiátricos (depressão e atitudes incorrectas em relação à comida ou à função intestinal).
As perturbações do pavimento pélvico associam-se normalmente a disfunções (espasticidade, anismus) ou à obstrução (prolapso rectal, rectocelo)», explica-nos António Curado. Perante a obstipação crónica, o médico gastrenterologista pode sugerir o recurso a fibras e laxantes (havendo diferentes grupos, o especialista receitará o mais indicado para o seu caso particular). Além disso, aconselha-se a ingestão de líquidos e o recurso a fibras na alimentação. Por último, nunca deve adiar o horário de defecar.
Como prevenir?
A melhor forma de prevenção passa pela promoção de modificações dietéticas e de estilo de vida, tais como:
- Reforçar as fibras na alimentação diária, aumentando o consumo de vegetais e fruta fresca, bem como a ingestão de líquidos. Em contrapartida, os alimentos com elevado teor em gorduras e açúcar e aqueles que têm baixo conteúdo de fibras podem agravar a obstipação, pelo que devem ser evitados
- Praticar exercício físico de forma regular e abandonar os medicamentos que causam obstipação
- Procurar ter um horário certo para defecar, reservar tempo necessário para a defecação e nunca ignorar esse desejo
Artigo publicado em Sapo Saúde. Texto de Cláudia Pinto. Revisão científica do Dr. António Curado (director do Serviço de Gastrenterologia do Centro Hospitalar Oeste Norte, nas Caldas da Rainha). Responsabilidade editorial e científica da revista Prevenir.
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